sexta-feira, 3 de julho de 2009

Arte conceitual, o contemporâneo ultrapassado.

Ontem antes de sair de casa para o trabalho, algo me intrigou. Estavam meus dois irmãos mais novos pintando, fazendo aquarelas. Quando estava para sair de casa o desenho do meu irmão do meio me chamou atenção, no entanto fiquei confuso. As figuras dos morangos eram desenhos de habilidade motora superior a seis anos. Mas o gesto das pinceladas era infantil.

Perguntei ao mais novinho, de apenas cinco anos, se o desenho era dele, ele me respondeu que não, e logo trouxe o dele para eu ver. De fato, não era uma obra prima, nem um desenho mirabolante de macaco (dane-se a rede globo e seu conceito de arte). Mas era uma pintura com um gestual solto, seguro, com sobreposições de cores e trasparências, efeitos sugestivos de reflexo. Não precisei perguntar nada. Ele já me veio com seus conceitos. Aliás seria uma experiuência interessante perguntar a ele mesmo quem tiver a oportunidade, e por ventura quiser saber do que se trata.

Então fiquei imaginando. De certo que a arte contemporânea já está saturando, eu não aguento mais. É fato que alguns artistas, que infelizmente não gravei o nome, mas seus trabalhos ficarão sempre me deixando perplexo, já estão produzindo algo que eu não definiria de qualquer forma como algo contemporâneo deste tempo, ou do passado.

Para entendermos: creio que se a arte contemporânea não acabou, está com os dias contados. E para os arte-educadores fica um alerta: as crianças desta geração não se sentirão satisfeitas com a toda poderosa arte contemporanea, um "cá entre nós" eu creio que na verdade elas achem primário. Problema é dos adultos deste tempo, que não conseguem nem perceber elementos visuais para interpretar um objeto "abstrato".

Bom, a nova geração me enche de expectativa, "...o destino é inexorável..." (Mago Merlin, nas crônicas do Rei Artur, Bernard Cornwell)

3 comentários:

  1. Confesso que não entendo disso não, nem para comentar...

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  2. Creio que qualquer coisa feita sob um objetivo, que possua um significado, mesmo que só os mais próximos ao artista entendam de fato do que se trata, ainda assim é válido... Não creio que um macaco partilhe desses sentimentos...

    Imagino que já seja hora do novo se sobrepor ao velho... Uma pequena revolta já deve estar por vir... Então, há espaço para qualquer um arriscar...

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  3. Não digo qualquer um, mas de fato percebo algo especial nos pequeninos. Algo realmente interessante e que me leva a pensar senão é papel da nossa geração aqui agora, os nascidos no final da década de 80 preparar espaço para essa geração.

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