A Sociedade é Prostituta
E não é? Passam-se os anos e a profissão mais repudiada é a face da sociedade. O Brasil é um bordel. Um imenso e pervertido prostíbulo. E nem pra serem belas garotas de programa. São incríveis monstros que se vendem por tão pouco, nada. Somos prostitutas de tudo e todos. O viés de nós mesmos.
Somos prostitutas de políticos eloqüentes, com discursos moralistas! Malditos hipócritas! Eles falam bonito e lá se vai o sutiã do povo. Aos brados sociais e... Opa, cadê a calcinha? Últimamente nem isso mais é necessário. Abrimos as pernas à um ex-sindicalista convertido e sua trupe. Oferecem um salário (bem) mínimo e damos 4 ou 8 anos para eles gozarem. Somos prostitutas até da oposição, com sua aura ‘angelicalmente obscura’. Nem quem combate os culpados são inocentes.
Somos putas dos meios de comunicação também. A onda é transmitir televisão em alta definição, mas a programação continua de baixa qualidade. Mas a imagem é bonita! As revistas inventam de tudo pra montarem em nós. Pagam com belas capas e mentiras deslavadas. Compram a nossa insatisfação pela impunidade com denúncias que nem sempre conferem. É como um cliente que diz que quer casar-se e promete uma vida dos sonhos após uma deliciosa transa. Mentirosos! Enchem-nos de esperança...
Somos prostitutas até de nossos clichês. O carnaval é o cliente que paga mais por aquelas ‘regiões proibidas’. Nunca aparece só. Adora uma orgia. Mas só nos ‘come’ uma vez ao ano. Já o futebol é o cliente para nós, os prostitutos. Assíduo, só dá um tempo no fim do ano, quando tira férias. Assíduo e paga bem! A cachaça é outro frequentador do Bordel Brasil que prefere figuras masculinas. Às vezes é bissexual e ataca conforme seu desespero. Esse é perigoso porque é o mais gostoso, mas nunca acerta a conta no final.
Talvez o Brasil não seja um bordel e sim uma grande balada. Danceteria, festas rave, essas coisas. E a população não é prostituta. Afinal, prostituta trabalha na ‘imoralidade’, mas ao menos cobra por seus serviços. Já nessas festas têm pessoas que se doam – pegou, levou. E com sorte você ainda consegue uns brindes.
Mas supondo que sejamos prostitutas e os nossos responsáveis clientes, faltaria definir o personagem cafetão...
“A voz do povo é a voz de Deus.”
Deus os abençoe.